Exportar e importar Indonésia

Indonésia é um mercado muito promissor para empresas brasileiras

A Indonésia é a maior economia do Sudeste Asiático, e um mercado no qual as empresas brasileiras interessadas em exportar e importar produtos e serviços devem prestar atenção, pois podem encontrar ali excelentes oportunidades de negócios.

Formada por milhares de ilhas, o maior arquipélago do mundo, a Indonésia é um país em desenvolvimento. Embora tenha sido prejudicado, da mesma maneira que o Brasil, pelo fim do boom das commodities, se destacou em relação a seus vizinhos durante a crise financeira de 2008, sendo juntamente com China e Índia, um dos países da região que apresentou crescimento durante aquele período.

Ao longo dos anos, a Indonésia também se mostrou um país fiscalmente responsável. Seu déficit anual é limitado a 3% de seu PIB e a relação dívida PIB, que em 1999 era de 100%, foi diminuindo ao longo dos anos, tendo caído para 34% em momentos anteriores à crise do Covid-19.

História da Indonésia

O Arquipélago Indonésio adotou o Islã como religião gradualmente, entre os séculos XIII e XVI, tendo sido colonizado pelos holandeses no século XVII, situação que durou até 1942, quando foi invadida e ocupada pelo Japão, situação que durou até o fim da Segunda Guerra Mundial, tendo declarado sua independência pouco antes da rendição japonesa.

O país foi governado por Sukarno de 1945 a 1967, quando Hadji Mohamed Suharto tomou o poder, governando até 1998, quando foi derrubado por protestos populares. Em 1999 foram realizadas eleições parlamentares livres, e desde então a Indonésia, que é o maior país islâmico do mundo, também é a terceira democracia mais populosa.

População da Indonésia

A Indonésia tem 267 milhões de habitantes, sendo o de maior população entre os países muçulmanos e o quarto mais populoso do mundo. A maior parte dessa população está concentrada na Ilha de Java, onde fica a capital e principal cidade, Jacarta, um dos lugares mais densamente povoados do planeta.

Quantas ilhas tem a Indonésia

De acordo com a Agência Nacional de Coordenação para Levantamento e Mapeamento da Indonésia, o arquipélago tem 13.466 ilhas, das quais 922 são habitadas permanentemente, sendo as mais importantes as Grandes Ilhas de Sonda, como Java, Sumatra, Bornéu, Celebes e Bornéu, as Pequenas Ilhas de Sonda, como Bali, Flores, Komodo e Timor, além das Molucas e Nova Guiné.

Mas essas ilhas não são território exclusivamente indonésio. Em Bornéu ficam também outros dois países, Brunei e Malásia. A ilha de Timor é dividida com o Timor Leste e da Nova Guiné com Papua-Nova Guiné.

A Economia da Indonésia

O PIB da Indonésia é de US$ 1,1 trilhão, e em tem mostrado um crescimento vigoroso nos últimos anos, crescendo 5,03% em 2019, 5.17% em 2018 e 5.07% em 2017, com a inflação controlada, tendo sido de 3,08% em 2017, 3,2% em 2018 e 2,8% em 2019.

Maior economia do sudeste asiático, a Indonésia faz parte do G20, grupo das vinte maiores economias do planeta, e tem alguma peculiaridades em relação a outros países asiáticos, que têm sua produção voltada para a exportação. Embora os setores mais relevantes de sua economia sejam a exploração de petróleo, estanho e gás natural, a maior parte da atividade econômica da Indonésia é voltada a atender o mercado interno.

O PIB da Indonésia é formado da seguinte maneira:

– Serviços 45,4%do PIB;

– Indústria, 41% do PIB;

– Agricultura, 13,6% do PIB;

Entretanto, em função da sua grande população e mercado consumidor, a Indonésia tem apresentado uma balança comercial deficitária, importando mais do que exporta.

Exportações da Indonésia.

As exportações da Indonésia atingiram o valor de US$236.354 bilhões em 2017, US$251.827 em 2018 e US$249.628 em 2019. Embora seja uma produtora de commodities como petróleo, estanho, gás natural, níquel, bauxita, cobre, carvão, ouro e prata, boa parte dessa produção é absorvida pelo seu mercado interno, sendo que seus principais produtos de exportação são os seguintes:

  • combustíveis minerais,
  • gorduras animais e vegetais (destaque para o óleo de palma),
  • maquinário elétrico,
  • borracha,
  • maquinário e peças de reposição

Principais destinos das exportações da Indonésia

Os principais parceiros comerciais, cujos mercados absorveram produtos da Indonésia nos anos recentes foram os seguintes

  • China 13.6%,
  • Estados Unidos 10.6%,
  • Japão 10.5%,
  • Índia 8.4%,
  • Cingapura 7.6%,
  • Malásia 5.1%,
  • Coréia do Sul 4.8%

Importações da Indonésia

Com seu grande mercado consumidor interno, a Indonésia é uma grande importadora de diversos produtos. Os valores das importações indonésias foram de US$216.342 bilhões em 2017, US$242.046 em 2018 e US$216.342 em 2019, sendo os principais itens da pauta importadora os seguintes:

  • combustíveis,
  • caldeiras,
  • Motores e peças mecânicas,
  • máquinas elétricas,
  • ferro e aço,
  • alimentos

Origem das importações da Indonésia

Os principais países de origem dos produtos importados pela Indonésia são os seguintes:

  • China 23.2%,
  • Cingapura 10.9%,
  • Japão 10%,
  • Tailândia 6%,
  • Malásia 5.6%,
  • Coréia do Sul 5.3%,
  • Estados Unidos 5.2%

As relações comerciais Brasil Indonésia

O Brasil não está entre os principais parceiros comerciais da Indonésia, mas o comércio Brasil-Indonésia vem crescendo, e apresentou um superávit comercial para o Brasil de US$ 420 milhões em 2019, quando as exportações do Brasil para a Indonésia atingiram US$ 1,71 bilhão, e as importações do arquipélago asiático atingiram US$1,29 bilhão.

Vale salientar que o Brasil é o maior parceiro comercial da Indonésia na América do Sul e segundo o Ministério de Relações Exteriores do Brasil, a Indonésia ocupa o 26º lugar entre os parceiros comerciais brasileiros, sendo o 23º em exportações e o 27º nas importações.

Produtos que o Brasil exporta para a Indonésia

Embora o volume ainda seja comparativamente pequeno, a pauta exportadora brasileira para a Indonésia é bem diversificada, incluindo:

  • Resíduos sólidos resultantes da extração de óleo de soja
  • Tabaco
  • Óleos de petróleo
  • Extratos de café
  • Essências de café
  • Milho.
  • Farelo e óleo de soja e seus resíduos
  • Açúcar de cana
  • Algodão
  • Soja em grãos
  • Café em grãos
  • Aço
  • Papel e celulose
  • Automóveis
  • Veículos automotores
  • Cereais
  • Tabaco
  • Aviões
  • Preparações alimentícias
  • Minério de ferro
  • Produtos químicos
  • Etanol
  • Bioetanol

Produtos que o Brasil importa da Indonésia

  • Óleo de palma e babaçu,
  • Borracha
  • Caixas de câmbio
  • Peças para transmissão e recepção,
  • Fios simples de poliéster e de fibras artificiais.
  • Gorduras e óleos
  • Fibras sintéticas
  • Cacau
  • Automóveis
  • Calçados
  • Máquinas elétricas
  • Máquinas mecânicas
  • Filamentos sintéticos
  • Extratos tanantes
  • Vestuário de malha

Oportunidades para as empresas brasileiras na Indonésia

Indústria

A Indonésia ocupa um importante lugar na pauta de exportações brasileira de produtos como algodão, soja e blocos de aço, mas o potencial do arquipélago como parceiro comercial para o Brasil está longe de ter sido atingido, havendo muitas oportunidades a serem aproveitadas pelas empresas brasileiras dispostas a se internacionalizar, ou que já passaram por esse processo.

A Indonésia não tem uma indústria comparativamente tão forte e voltada para a exportação, diferentemente de outros países asiáticos. O principal motor de seu crescimento econômico é o consumo interno e muitas das indústrias existentes no país, que atendem a esse mercado, exportando o excedente, estão nas mãos de estrangeiros.

Isso significa que existiriam poucas barreiras culturais e legais para que empresas brasileiras não somente importassem e exportassem para a Indonésia, mas também se estabelecessem lá devido à posição estratégica do país, próximo de mercados como Austrália, China e outros países asiáticos. O governo na Indonésia já sinalizou que pretende aprofundar sua participação em organismos de integração comercial como o tratado ASEAN.

Entre as empresas brasileiras que têm investimentos na Indonésia, podemos citar a Vale, que atua na exploração de níquel através de sua subsidiária PT Vale Indonésia.

Agronegócio

A Indonésia possui a maior população muçulmana do mundo,  cujo consumo de proteína animal é feito de acordo com as regras islâmicas do abate Halal, no qual o Brasil adquiriu grande expertise em função das décadas de bom relacionamento comercial com os países árabes.

Em função da proximidade geográfica, as compras de carne bovina da Indonésia, que aumentaram 29% em 2019 e atingiram UU$ 725 milhões são feitas da Austrália, com 47% de participação, Índia-39%, EUA-7% e Nova Zelândia, com 6%.

São concorrentes competitivos, que têm a geografia a seu favor. Mas o nível de excelência que o Brasil atingiu na produção de carne e no abate halal nos credencia a disputar pelo menos uma fatia desse mercado, que absorveu mais de 200 mil toneladas de carne em 2019.

 

Infraestrutura

Finalmente, existem ainda os investimentos que a Indonésia realizará em infraestrutura, que podem ser uma oportunidade para as grandes empresas brasileiras de engenharia oferecerem sua expertise. Não somente na área de energias limpas, já que 85% da energia consumida no arquipélago vem de combustíveis fósseis, algo que o governo da Indonésia já anunciou que pretende mudar, mas também para, literalmente, construírem uma cidade.

Em 2019, o presidente da Indonésia, Joko Widodo anunciou que pretende construir uma nova capital para o país pois a atual, Jacarta, construída em solo pantanoso, está literalmente afundando. Não se sabe qual será a urgência dessa obra, já que a Covid-19 mudou planos em todos os países do mundo, mas a construção da nova capital,  se for realizada, será uma das maiores obras de engenharia do século XXI.

 

Conclusão

As relações comerciais entre Brasil e Indonésia são fortes, e podem ser ainda mais. Existem desafios a ser vencidos pelas empresas brasileiras para aumentar sua participação naquele mercado, como a distância e as diferenças culturais.

Mas vale a pena analisar com atenção as possibilidades de negócio na Indonésia, não somente porque há muitas oportunidades de negócios, mas porque o peso econômico do mundo se desloca cada vez mais para o Sudeste Asiático.

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