coronavirus

O Coronavirus e a hora de pensar nas pessoas.

Fazer qualquer tipo de previsão sobre economia, com os cenários mudando tão rapidamente, se tornou uma arte ainda mais difícil. Há poucas certezas. A primeira é que no futuro, 2020 será estudado como o “Ano do CONVID-19” ou da “ Crise do Coronavirus”. A segunda é que é o momento de cuidar das pessoas. Elas são o foco e a razão de qualquer medida que os governos do mundo venham a tomar, inclusive as econômicas.

 

O CONVID-19 não é a primeira epidemia que o mundo enfrenta. Mas talvez seja uma das mais cruéis, já que um portador do vírus pode ser assintomático, e transmiti-lo a outras pessoas sem saber. Isso mais do que justifica todas as medidas para diminuir a circulação de pessoas que estão sendo tomadas no mundo inteiro, inclusive no Brasil.

 

Essa situação não prejudica somente a economia. Ela mostra também o que a humanidade tem de pior. Desde pessoas que se aproveitam desse tipo de situação para espalhar boatos com o único intuito de assustar os mais vulneráveis , até aqueles que tentam dar golpes, como os falsificadores de álcool gel, de exames para diagnosticar o coronavirus, e sabe-se lá o que a mais irá aparecer. Precisaremos ficar atentos, para não sermos vítimas de nosso medo.

 

Por outro lado, também aparece o que a humanidade tem de melhor a oferecer, como a abnegação com que os profissionais de saúde do mundo inteiro estão se dedicando ao tratamento dos doentes. No Brasil, esse esforço digno de soldados em uma guerra foi reconhecido pela população, recolhida em quarentena, que foi às janelas das residências para um momento de aplauso aos profissionais de saúde.

 

E a economia?

 

O assunto é sério, e não cabem meias medidas, pois o coronavírus pode sim causar uma crise econômica global de grandes proporções. A Europa e a China já pararam e os Estados Unidos tomam medidas paliativas para evitar o pior. Não se sabe, nesse momento, a situação da Índia e dos países árabes, que têm ainda o problema da guerra de preços entre Rússia e Arábia Saudita.

 

No Brasil, eventos foram cancelados e escolas, faculdades e estabelecimentos comerciais pararam de funcionar. Estão abertos somente supermercados, postos de gasolina e farmácias. Tudo com o objetivo de diminuir a proliferação do CONVID-19.

 

Todas as medidas que foram tomadas até agora foram paliativas, mas é o que se pode fazer no primeiro momento.  Uma vez decretado o estado de calamidade pública, o correto seria que as verbas destinadas a outras áreas fossem destinadas à saúde, para a superação da crise o mais rapidamente possível.

 

É fundamental e indispensável o apoio às empresas. Postergar o pagamento de impostos e alterar nossa legislação trabalhista com vistas à essa nova realidade são algumas posições muito razoáveis que podem ser adotadas. É o que provavelmente farão os governos das principais economias do mundo, para evitar uma crise ainda pior.

 

E se algo pode ser aprendido dessa situação, que parece saída de uma história de ficção, em que empresas diminuirão suas atividades, profissionais atuarão como podem, em sistema home office, e famílias permanecerão juntas em seus lares, em quarentena, será tratarmos melhor uns aos outros. Simplesmente porque não teremos outra opção.

 

Finalmente, empresas e governos devem se planejar para o futuro. Pode parecer um otimismo fora de hora pensar no que fazer quando essa crise acabar e esse inimigo invisível for derrotado. Mas a crise do coronavirus passará, como todas as pandemias e crises anteriores também passaram.

 

Hoje, no Brasil, cuidar das pessoas significa cuidar dos doentes. Quando a crise terminar, significará cuidar das empresas e dos empregos, que independentemente da necessidade de reformas econômicas no Brasil, precisarão de estímulos governamentais para que a retomada seja mais rápida.

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